Instituto Butantã, localizado na zona oeste de São Paulo tornou permanente a Exposição Microtoque. Assim, cegos e pessoas com baixa visão vão poder tocar alguns micro-organismos que visitantes convencionais do Museu de Microbiologia só veem por meio do microscópio ou em reprodução artística.
A Exposição Microtoque conta com modelos táteis, para serem manuseados por deficientes visuais, de quatro grupos de micro-organismos: fungos, bactérias, vírus e protozoários.
"Museus de todo o mundo tem uma grande preocupação com a acessibilidade e estão procurando maneiras de resolver a questão. Vínhamos notando também a necessidade de atender o público com deficiência visual", afirmou Viviane Maimoni Gonçalves, diretora do museu e responsável pela Exposição Microtoque.
Os objetos da Exposição Microtoque, desenvolvidos por um grupo especializado, simulam características dos micro-organismos. Cores contrastantes e fortes foram adotadas para ajudar pessoas de baixa visão a compreenderem melhor os materiais.
A Exposição Microtoque conta com uma maquete para que cegos também possam percorrer a estrutura do museu com a ponta dos dedos. Foi produzida uma maquete do local para ser tateada.
Além disso, o visitante poderá tocar, dentro da Praça dos Cientistas, os bustos que simbolizam 11 grandes pesquisadores mundiais, de Albert Sabin a Vital Brazil.
As explicações sobre as características dos micro-organismos e a biografia dos cientistas são dadas aos deficientes por meio de audioguia.
Visitas a Exposição Microtoque para o público com deficiência visual acontecem as sextas-feiras, duram cerca de uma hora e precisam ser agendadas.
"Adorei poder ter contato com os fungos e as bactérias", disse sorrindo a funcionária pública Maria Rita Paiva de Souza, que é cega. Segundo ela, que é dona de cão-guia e pode entrar normalmente na exposição com o companheiro, "o material é muito bem-feito e vai ajudar, principalmente, estudantes de biologia e crianças".
Exposição Microtoque no MUSEU DE MICROBIOLOGIA DO INSTITUTO BUTANTAN
ONDE: Av. Vital Brasil, 1.500
QUANDO: Visitas de deficientes visuais são de graça e devem ser agendadas pelo telefone (11) 2627-9541
Saiba mais sobre acessibilidade no Instituto Butantan:
Fonte: Folha de São Paulo